“Solidão? O que acontece é que a gente procura os outros para se livrar de si mesma. A intolerável companhia que eu me faço. Preciso dos outros para não chegar àquele ponto altamente intolerável do encontro comigo. Eu sou exatamente: zero. E tanto se me dá. Conselho: fique de vez em quando sozinho, senão você será submergido. Até o amor excessivo...”
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“A insistência é o nosso esforço, a desistência é o nosso prêmio. A este só se chega quando experimentou o poder de construir, e, apesar do gosto de poder, prefere-se a desistência. A desistência tem que ser uma escolha. Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiro instante humano. E só está é a glória própria de minha...”
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“Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo, por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz. Também é bom porque em geral se pode ajudar muito mais...”
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“Lutei toda a minha vida contra a tendência ao devaneio, sempre sem jamais deixar que ele me levasse até as últimas águas. Mas o esforço de nadar contra a doce corrente tira parte de minha força vital. E, se lutando contra o devaneio, ganho no domínio da ação, perco interiormente uma coisa muito suave de se ser e que nada substitui. Mas um dia...”
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Enfim, enfim quebrara-se realmente o meu invólucro, e sem limite eu era. Por não ser, eu era. Até o fim daquilo que eu não era, eu era. O que não sou eu, eu sou. Tudo estará em mim, se eu não for; pois "eu" é apenas um dos espasmos instatâneos do mundo. Minha vida não tem sentido apenas humano, é muito maior - é tão maior que, em relação ao...
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“Cheguei a pensar que a bondade é tipicamente o que se quer receber dos outros - e no entanto às vezes só a bondade que doamos a nós mesmos nos livra da culpa e nos perdoa. E é também inútil querer receber a aceitação dos outros, enquanto nós mesmos não nos doarmos a auto-aceitação do que somos. [...] E há certas dores que só a nossa própia dor,...”
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“Ainda hoje de manhã, sentindo o cheiro da manhã gelada, pensei que cada um de nós oferece sua vida a uma impossibilidade. [...] Me pareceu que a impossibilidade está mais perto de nossos dedos que nós mesmos. Pois a realidade pertence a Deus. Pensei depois que temos um corpo e uma alma e um querer e os nossos filhos - e no entanto o que...”
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“Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando.”
Clarice Lispector
“Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.”
Clarice Lispector