“Para onde fores, Pai, para onde fores,
Irei também, trilhando as mesmas ruas...
Tu, para amenizar as dores tuas,
Eu, para amenizar as minhas dores!”
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“Acostuma-te à lama que te espera!
o homem, que, nesta terra miserável,
mora, entra feras, sente inevitável
necessidade de também ser fera.”
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“Para iludir a minha desgraça, estudo.
Intimamente sei que não me iludo!”
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“Escarrar de um abismo noutro abismo,
Mandando ao Céu o fumo de um cigarro,
Há mais filosofia neste escarro
Do que em toda a moral do cristianismo!”
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“Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor na humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.”
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“Ah! Dentro de toda a alma existe a prova de que a dor como um dardo se renova quando o prazer barbaramente a ataca...”
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“O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.”
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“O amor, poeta, é como cana azeda,
A toda boca que não prova engana.”
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“De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?”
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“Que ninguém doma um coração de poeta!”
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“A esperança não murcha,
ela não cansa, também como
ela não sucumbe a crença.
Vão-se sonhos nas asas
da descrença, voltam sonhos
nas asas da esperança.”
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“Ambiciono que o idioma em que eu te falo
Possam todas as línguas decliná-lo
Possam todos os homens compreendê-lo.”
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“Cansado de chorar pelas estradas.
Exausto de pisar mágoas pisadas.
Hoje eu carrego a cruz das minhas dores.”
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“Provo que a mais alta expressão da dor
Consiste essencialmente na alegria.”
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